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Mas o tempo passou e me vejo novamente nesta angustia de me vestir igual a todas as outras mulheres que trabalham comigo. Nada contra minhas colegas, afinal, acho que algumas até pensam como eu, o problema que vejo é estar igual a topo mundo.
Pra mim o ato de vestir-se é mais do que simplesmente estar adequadamente trajado por uma roupa para executar uma determinada tarefa.
O ato de vestir-se vai além: ele é uma forma de comunicação da sua personalidade com o mundo que está a volta. É através do vertir-se que passamos nossas mensagens, nossos códigos, especialmente, os que estão mais guardados em nosso interior.
E de uma forma geral o mundo nos enxerga e nos interpreta através do que vestimos. E é claro que isso deve ser feito com cuidado, tomando como exemplo o que aconteceu há semanas atrás com a estudante Geisy Arruda da Uniban, para tudo!!! O vestir-se de Geisy estremesseu e mobilizou o país sobre como a roupa que vestimos pode revelar o que está no mais íntimo de cada um. É claro que a interpretação dos pseudocolegas de Geisy foi equivocada, imatura e preconceituosa. Por outro lado, o fato de se vestir com um vestido curto e principalmente naquela cor provocou uma reação maluca e bizarra naqueles jovens, imagino que a Geisy pudesse ter até uma segunda intenção com a roupa, mas certamente não era provocar esse tumulto nacional, nem tão pouco a reação tão bárbara que despertou naquelas pessoas.
Na verdade acredito que o consenso geral espera que sejamos uniformes. Nossa consciência cada vez mais coletiva e primitiva insiste em nos "educar" para sermos iguais, desprezando todos os bons conceitos de respeito ao diferente.
Sobre o uso de uniforme, eu não gosto nem um pouco, no entanto, compreendo que é uma forma de nos estratificar numa função, principalmente nas relações de trabalho. É pelo uniforme, crachá ou sei lá mais o quê que se determina sua função, tarefa e posição social.
Politicamente correto e extremamente chato!
Por Fernanda Meda